segunda-feira, 19 de março de 2012

kirigami- móbile de peixe e estrelas

kirigami de toten - por Angelo



Tóten de kirigami geométrico por Angelo Cesar Meneghetti

quarta-feira, 14 de março de 2012

Livro, O grilo e o pé de feijão, por Angelo Cesar Meneghetti (1a. versão)

  O grilo e o Pé de Feijão


Era uma vez um grilo que vivia feliz no pé de feijão e era tudo que ele conhecia.

Certo dia as formigas vermelhas saíram correndo de medo
-De que vocês estão fugindo? O que está acontecendo? Perguntou o Grilo.
-Cuidado com o Bicho!!! - É o bicho HOMEM!!! responderam as formigas.
 

Vimos as Borboletas fugindo e se escondendo.
- De quem vocês estão se escondendo? perguntou o Grilo
- É do bicho HOMEM!!! respondeu a borboleta

Aparentemente as coisas iam bem, mas eu precisava saber.
- O que é o Homem? perguntou o Grilo a Aranha.
-É o pior dos predadores, eles não tem compaixão! respondeu a Aranha.
 

Um dia, sem aviso, veio o HOMEM e destruiu todo o que eu conhecia. Ele matou o pé de feijão.

Perdi minha família e meus amigos, nada mais restava!!! Até que vi a semente... a filha do pé de feijão, eu disse: - Corre semente! ou o bicho HOMEM também te mata!!! Corre semente!!! (snif...)

estava sem esperanças ... Quando veio uma voz e disse: - "Todo o segredo da vida e da criação cabe dentro de cada semente e de cada vida... Todos estamos ligados por Deus"

Eu peguei a semente e a levei o mais longe que pude... e mesmo salvando a semente...

Nada ficou igual depois do HOMEM.
 

Angelo Cesar Meneghetti 15/07/2005
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quinta-feira, 8 de março de 2012

Pintura Grafite com máscaras de Kirigami - Trabalho dos alunos do NAAH/S


Resumo:
            Este estágio no Colégio Estadual Professor Vicente Rijo trabalhei com alunos de 5ª a 8ª séries do NAAH/S - Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/ Superdotação no período de 20/10/2011 a 02/12/2011 sob a supervisão das professoras, Joicy Alves Quintella, Fernanda Maria de Souza Silva e Rose Aparecida Gonzalez, nos turnos da manhã e da tarde. Este estágio me proporcionou o contato com um dos extremos que a escola pública normalmente não contempla. A equipe pedagógica pediu para ensinar grafite aos alunos com verba limitada, logo, três encontros foram trabalhados com kirigami para que os alunos criassem moldes vazado em folhas de raios-X (reutilizado) ou papel na técnica de tesoura livre ou estilete. No quarto encontro os moldes foram estampados no painel com pintura grafite. A composição foi coletiva. Os moldes foram feitos por eles mesmos, e pouco interferimos na experiência com a tinta nos erros e acertos. Os moldes conferem qualidade gráfica mesmo com a falta de experiência com a tinta spray. Permite a elaboração de pensamento complexo em um espaço gráfico menor capaz de dialogar com o público com linguagem visual que arremete a cartazes publicitários que funde a linguagem do grafite com o kirigami.     
 


O período de observação
            O espaço da escola e suas condições:
a.    A escola tem uma grande biblioteca, pátio, quadras de esporte, papelaria e a sala de aula do NAAH/S contam com computadores que os alunos têm acesso e utilizam para pesquisas no horário de aula ou fora do horário, são livres para pesquisar segundo seus interesses e sobre os temas sugestionados e orientados.

b.    As salas são adequadas são poucos alunos, as condições de iluminação, acomodação são boas, têm computadores e materiais didáticos auxiliares (TV, jogos etc.) que estão a disposição de professores e alunos, a disposição das carteiras é em circulo para a relação aluno/professor ser próxima e cada sala, cada turma tem uma dinâmica que é inerente aos seus participantes. Os alunos do NAAH/S são mais independentes e depois de orientados cada um trabalha segundo o seu projeto.


c.    A entrevista com os professores indicou que estes são formados em Artes Visuais, na UEL, possuem pós-graduação em Educação Especial e Psicopedagogia, atuam a 6/13 anos com regência em arte, trabalham 40hs por semana, uma delas atua em outra escola, todas trabalham em casa preparando aulas nos horários disponíveis, a principal dificuldade de trabalhar em mais de uma escola é a locomoção, os professores utilizam a arte para a construção de outros conhecimentos, os professores conhecem e já usaram os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. A metodologia é de acordo com a necessidade do momento e as avaliações são um processo contínuo, os professores sentem dificuldades no trabalho por falta de tempo para pesquisa e para estudar o que não sabem, eles participam de projetos ou grupos de estudo dentro ou fora da escola. Atualizam-se por Grupos de Estudos, Pesquisas e Cursos de capacitação. Embora atuem como professores eles não mantém uma produção no campo da arte. A equipe pedagógica verifica o cumprimento dos projetos planejados e há a possibilidade de propor trabalhos interdisciplinares com outras áreas do conhecimento. A relação Professor/Aluno é de forma interativa, e percebem avanços tecnológicos no ensino de artes na escola. O conselho que dariam para um futuro professor de artes é humildade, compreensão com a enorme defasagem na construção do conhecimento e ter consciência do papel importante que tem na formação dos alunos e perseverança na conquista dos seus objetivos.

d.    Nas observações em sala de aula a postura dos professores foi sempre de forma interativa, os conteúdos e objetivos são direcionados para cada grupo. As relações Professor/Aluno e Aluno/Aluno são sincera, objetiva, interativa, cooperativa, comunicativa, respeitosa, produtiva e descontraída.

e.    As relações entre o que foi observado e a preparação do planejamento foram no sentido de unir a linguagem do kirigami com a pintura grafite para a estruturação de um pensamento complexo individual e a produção de um painel coletivo.

f.     A preparação do projeto foi feito com a equipe pedagógica que tinha interesse em trabalhar com pintura grafite, sugeri aliar grafite ao meu conhecimento de kirigami que seria usado para a criação de máscaras vazada que foram posteriormente tatuadas no mural.  
A preparação e a Regência
            Os alunos dos grupos do NAAH/S  estão divididos em dois grupos, o da manhã são menores e da tarde são os maiores, ambos os turnos foram envolvidos na pintura grafite com kirigami.
            recortes de kirigami em papel e chapas de raios-x
a.    A metodologia para a produção das mascarar foi o kirigami em estilo tesoura livre e estilete que foi passado para os dois grupos. No grupo da manhã estavam os menores, o kirigami desenvolveu rápido, com uma grande variedade de moldes e temas, a produção foi intensa.  No turno da tarde os alunos foram mais tímidos, a cobrança individual exigia um resultado que a experiência com o papel ainda não dava conta da sua imaginação e não tinham a mesma paciência em aprender dos pequenos, embora sua produção tenha sido menor, o amadurecimento já traz uma compreensão estética de composição. Os menores não se preocupavam tanto com estética frente à empolgação de estar cheio de moldes com tinta spray para grafitar.

b.    O planejamento- uma vez tendo a liberdade de trabalhar com a metodologia do kirigami, o assunto foi à integração com a pintura grafite. Neste caso a arte deveria se integrar a conceitos como simetria, translação, rotação, isografia, heterografia, catagrafia etc.

c.    Com o objetivo de desenvolver a coordenação psicomotora em uma linguagem pouco habitual, foi trabalhado o papel, as chapas de raios-x e a pintura. A aula foi interativa, prática e teórica.
 

d.    No encontro em sala de aula busquei conceitos básicos de simetria, que seria traduzida de forma de máscaras que seriam pintadas. Os alunos se mostraram receptivos, alguns tinham desenvoltura. O grau de dificuldade no papel ou chapa de raios-x foi gerado pelos próprios alunos.

e.    Com a observação o planejamento em prática, cabe analisar o processo criativo individual, orientar para a elaboração de pensamento complexo e a posterior acompanhar a criação coletiva dos painéis fundindo a teoria na prática de forma direta.
 
Vista a Casa de Cultura da UEL

f.     A relação com os alunos do NAAH/S foi boa, dividi meu tempo entre a manhã e tarde, acompanhei a pintura mural surrealista do primeiro semestre e agora a pintura grafite com máscaras vazadas de kirigami.

g.    A relação com as Professoras Joicy Alves Quintella e Fernanda Maria de Souza e Silva foi ótima, ambas participaram durante as aulas de kirigami com a aprovação da supervisão, as máscaras desenvolvidas foram para as pastas dos trabalhos dos alunos.
 
h.    A principal dificuldade foi o tempo curto para trabalhar com os alunos na prática da pintura grafite (procurei valorizar o trabalho teórico em cada encontro). A verba limitada permitiu comprar apenas 3 cores de spray sendo preto, vermelho e amarelo, as outras cores eu disponibilizei para as turmas. Nenhuma das dificuldades foi relacionada a conteúdo, relação professor/aluno, aluno/aluno, regência etc. na escola ocorreu tudo bem.



i.      O ponto positivo foi achar jovens e crianças com potencial criativo para desenho, pintura e o kirigami. Foi fazer algo que contribuiu com a expressão individual e coletiva e, principalmente, perceber que houve uma comunicação de signos e significados de forma inteligível.

j.        Não houve modificações no planejamento, só diferentes motivações. O Kirigami é um recurso disponível a alunos e professores que é pouco usado embora possa ter uma grande aplicabilidade em varias temáticas da grade curricular. O enfoque para pintura grafite é apenas mais uma aplicação do kirigami na disciplina de artes que dialoga com outras técnicas artísticas como: pintura, fotografia, vídeo etc.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Análise Reflexiva
Adaptar a arte a outras disciplinas é uma tendência já anunciado quando se fala em interdisciplinaridade. Arte-educação é por a arte a serviço da educação, sem se sentir maior ou menor, mas parte integrante e significativa deste processo. A educação é uma chave que abre as possibilidades de se transformar o homem, capaz de escolher, que é o sujeito participante de sua reflexão, do mundo e da sua própria história, assumindo a responsabilidade dos seus atos e das mudanças que fizer acontecer. A educação permite modificar a realidade, alterando seu rumo, provocando as rupturas necessárias e aglutinando as forças que garantem o novo, construído e refletido. A educação permite diminuir as desigualdades pelo acesso ao conhecimento, se apresenta como um fator de esperança e transformação para a sociedade.
A escola pública sempre foi voltada aos alunos médios, os superdotados como os deficientes funcionais específicos estavam excluídos, Neste momento pude conhecer melhor um desses grupos distintos. Trabalhar com crianças superdotadas é um privilégio e uma grande responsabilidade. São alunos inteligentes e exigentes que fazem com que nos esforcemos para dar o melhor de nós para contribuir com a educação destes jovens brilhantes. Contudo, se tivesse trabalhado com os Deficientes Funcionais Específicos, acho que poderia chegar a um resultado próximo aos superdotados, porque pelo meu ponto de vista, é uma questão de motivação, os superdotados são motivados intrinsecamente, já os Deficientes precisam que se capturem suas motivações, mas uma vez captado esta motivação, acredito serem capazes de se expressar tão bem quanto os superdotados, mas isto é tema para um novo estágio que trabalhe com pintura grafite com kirigami para poder comparar a produção de ambos os grupos. Os deficientes sofrem de “desamparo adquirido” que é um processo que ocorre depois de sucessivos fracassos, para reverter este processo construído é necessário que o aluno volte a ter sucesso e motivação no que fazem, coisa que ocorre com os superdotados. A propriedade de focar a atenção, concentração, capricho etc. vêm da propriedade lúdica do kirigami que acredito ser capaz de resgatar um pouco este prazer em fazer que a escola vem continuamente jogando para debaixo do tapete em nome de muitos conteúdos que estão cada vez mais ligados a história da arte que com a formação do artista. A historia mostra que um artista pode ser desprovido de formação e continuar sendo artista, mas uma pessoa formada em historia da arte não é necessariamente um artista estando mais preso as teorias da arte do que com a prática em si. 
            A contribuição do estágio para minha formação foi o contato direto com os alunos superdotados, o exercício do ensinar e aprender brincando, a ciência do importante papel do professor na formação dos alunos, ver de perto a força transformadora da arte, a fusão da teoria com a prática, e o quanto o kirigami pode contribuir positivamente para a educação de forma pura ou associado a outras técnicas.
A contribuição para a escola é ter um ex-aluno que retorna com um trabalho de estágio e pesquisa em arte-educação onde os conhecimentos gerados ali podem ajudar futuramente a outros alunos e a outras escolas.
 Aprendi a entender melhor a escola e a olhar o aluno valorizando a sua produção e potencialidades, vi o esforço da escola em se adaptar para atender as parcelas que não eram privilegiadas no ensino secular.
A contribuição para a Arte é a valorização do papel e da tesoura como suporte e instrumento de arte-educação que pode dialogar com outras técnicas artísticas. O kirigami é a arte cujo instrumento é a tesoura, mas que não se limita a isto, e sim parte deste pressuposto para atingir outros fins.
A contribuição para a educação é entrar em contato com uma metodologia mista que poderá beneficiar a alunos e professores ao propor um dialogo entre técnicas distintas.
A contribuição para os alunos foi à construção de conceitos artísticos, abstratos, matemáticos e libertá-los para uma forma de expressão mista que não se limita a uma única técnica. Concluo que foi uma experiência única ter a oportunidade de trabalhar com este grupo tão distinto, o quanto este contato enriqueceu a minha formação profissional e que este estágio despertou a vontade de contribuir mais com a educação no Brasil.

Para ver os vídeos dos painéis acessem no youtube: 
angelokirigamiblogspot.com 

 Referências
SERRÃO, Margarida e BALEEIRO, Maria Clarice.  APRENDENDO A SER E A CONVIVER. Editora   FTD, São Paulo, 1999.
CELMA, Jules. DIARIO DE UM EDUCADOR. Editora Summus. São Paulo, 1979.